Futuros psicólogos vivenciam experiência de inclusão por meio do surfe durante aula prática
Condição do desenvolvimento neurológico que exibe padrões diferentes de comportamento e intelectualidade, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) engloba diferentes síndromes com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização, e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Como atividade prática da disciplina Psicologia das Necessidades Educativas Especiais, ministrada pela neuropsicóloga, Fabiana Lisboa, os alunos do 7º período do curso de Psicologia da FAT, sob o acompanhamento dos professores, participaram, na manhã do último sábado (16.2), do projeto Onda Azul, que realizou no Posto 7, na Praia de Jatiúca, uma oficina gratuita de surfe para autistas (surfterapia). Durante a atividade, os estudantes ofereceram apoio e suporte terapêutico às crianças e aos adolescentes participantes da oficina.
Fabiana é coordenadora do Centro Unificado de Integração e Desenvolvimento do Autista (Cuida), da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Maceió, esta que, em parceria com o projeto Onda Azul, é o responsável pela realização do evento, na capital alagoana. A aula, exclusiva para pessoas com autismo, independente de idade ou grau dos sintomas, teve como objetivo utilizar o surfe como ferramenta para o desenvolvimento das habilidades de comunicação e interação social, trabalhar aspectos sensoriais utilizando o ambiente da praia, articular ambientes e momentos de interação do autista com a sociedade, colaborar para o desenvolvimento psicomotor através da prática esportiva e promover noções de educação ambiental para os autistas, familiares e comunidade em geral.
“O voluntário pode trabalhar na areia ou no mar, mas precisa saber nadar ou surfar. Começamos com alongamento, fazemos um circuito na areia e um treino para dessensibilização na prancha antes de entrar no mar”, explica Fabiana. Para os pais dos autistas, o projeto contribui para a evolução do paciente. “É algo inovador porque não se imagina que um autista tem a oportunidade de surfar e a maior felicidade é ver que o meu filho está se adaptando bem”, emociona-se Francine Cavalcante, mãe do Pedro, de 5 anos.
E a atividade também contribui para a formação acadêmica. “Por meio da oficina, o aluno trabalha a inclusão social de forma didática, o que contribui para a formação dele”, destaca Verônica Barbosa, professora da disciplina Teorias Práticas Psicoterápicas. “Essa é mais uma parceria que reforça o compromisso da FAT com a qualidade de ensino”, complementa Juliana Omena, coordenadora do curso e diretora de ensino da FAT Barro Duro.
Para os futuros psicólogos, a aula é mais que uma oportunidade de pôr em prática a teoria de sela de aula. “Essa experiência tem sido enriquecedora para a minha formação como psicólogo, uma interação que nos ensina a lidar com um público específico e reforça a certeza sobre a escolha da profissão”, conta o estudante, Renato Gomes, ao agradecer à FAT pela oportunidade.
Compartilhe nas redes sociais