Professora da FAT esclarece as dúvidas mais comuns sobre a amamentação

A Semana Mundial de Aleitamento Materno terá início na próxima quarta-feira (1.º.8) e segue até o dia 8 de agosto. Há 26 anos, 150 países participam do movimento que tem o objetivo de incentivar e difundir o aleitamento materno como o alicerce de uma boa saúde. A enfermeira obstetra Sâmia Lins, professora do curso de Enfermagem da FAT, reforça que o ato de amamentar vai além de nutrir o recém-nascido e promover o vínculo entre mãe e bebê. “Menos chances de desenvolver câncer de mama e ovário, para a mãe, e a redução do risco de alergias e melhor desenvolvimento da cavidade bucal, para o bebê, são algumas das inúmeras vantagens da amamentação”, explica a professora.

Mesmo com tantos benefícios, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na região das Américas, pouco mais de 54% das crianças são amamentadas na primeira hora de vida, prática que reduz em quase 20% o risco de morte do recém-nascido no primeiro mês. O índice é ainda menor quando o assunto é a alimentação feita exclusivamente com leite materno: apenas 34% das crianças são nutridas apenas com leite materno até os 6 meses de idade.

 

Este ano, o tema da semana é “Amamentação é a base da vida”, este que, segundo a coordenadora de ações de aleitamento materno do Ministério da Saúde, Fernanda Ramos Monteiro, expressa a ideia de que “o aleitamento é importante não apenas no começo da vida, mas tem benefícios que perduram até a fase adulta”.

A fim de reforçar a campanha, a professora da FAT, Sâmia Lins, esclarece as dúvidas mais comuns sobre amamentação. Confira!

 

  1. O uso do sutiã é importante para a mulher que amamenta?

O uso de sutiã com alças largas e firmes, que propicie uma boa sustentação da mama, é importante para evitar a retenção do leite por bloqueio dos canais galactóforos, dificultando a saída de leite materno durante a sucção do recém-nascido (RN).

  1. Tenho direito a amamentar meu filho durante minha jornada de trabalho?

O art. 396 Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei 5452/43 estabelece que: “para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. Esse período de seis meses pode ser aumentado pela autoridade competente quando a saúde da criança o exigir”.

  1. Eu amamento meu RN e ele está perdendo peso. E agora? Meu leite é fraco?

Essa é uma pergunta muito frequente. Muitas mães chegam ao serviço de saúde e relatam que o bebê só chora ou que está perdendo peso. Primeiramente, não existe leite fraco. Nosso organismo é “muito esperto”. Cada mãe produz o leite de acordo com as necessidades nutricionais do seu filho. Então, por qual motivo meu bebê perde peso? Existem duas fases do leite materno: o leite no início da mamada, chamado leite anterior, e o leite no final da mamada, chamado leite posterior. No início da mamada, o leite é mais claro devido ao alto teor de água que tem como objetivo hidratar o bebê. Nessa fase, o leite é muito rico em anticorpos. Já o leite posterior é mais amarelado e calórico, e tem como objetivo saciar o RN. Sendo assim, é importante que o bebê esvazie completamente a mama para ingerir o leite mais calórico fazendo com que ganhe peso de forma adequada e não chore por fome.

 

  1. Meus mamilos “feriram”. Qual o tratamento adequado?

Geralmente, a principal causa para o trauma mamilar é a pega inadequada. Quando o RN suga o seio, observe se tem mais aréola visível acima da boca do bebê, se ele está com a boca bem aberta, o lábio inferior virado para fora e o queixo tocando a mama. Em casos de dúvidas, procure seu profissional de saúde para ajudá-la. Para o tratamento, você pode passar um pouco do próprio leite no mamilo e/ou usar uma pomada chamada lanolina em pequena quantidade na região do trauma mamilar. Lembrando que não é necessário retirar esta pomada quando o RN sugar o seio.

 

  1. É normal sentir cólicas durante a amamentação?

Sim, é normal. Com a sucção do RN em seio materno ocorre a produção de ocitocina, que além de agir na ejeção láctea, age no útero promovendo a involução uterina. Consequentemente diminui o risco de hemorragia pós-parto.

 

 

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